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Sarau de Poesia, Música e Dança na II Semana de Inclusão

Publicado: Segunda, 25 de Setembro de 2023, 12h27 | Última atualização em Segunda, 25 de Setembro de 2023, 15h37

No dia 21 de setembro de 2023 aconteceu durante o encerramento da Semana de Inclusão um Sarau com música, dança e poesia todas com reflexões sobre o Setembro Amarelo. Esse evento especial celebrou a vida, a cultura, a inclusão e a arte como forma de expressão

 

No dia 21 de setembro de 2023 aconteceu durante o encerramento da Semana de Inclusão um Sarau com música, dança e poesia todas com reflexões sobre o Setembro Amarelo. Esse evento especial celebrou a vida, a cultura, a inclusão e a arte como forma de expressão.

Como registro, gostaríamos de destacar os alunos e alunas dos cursos integrado, participantes do inspirador Projeto de Extensão do professor Dr. André Plez, intitulado "Oficina de Criação Literária e Autopublicação", que nos presentearam com suas criações literárias que aqueceram nossos corações. Cinco destas joias poéticas e contos emocionantes estão aqui compartilhados, cada um deles uma expressão única das experiências e talentos de nossos estudantes.

Parabéns a todos os participantes  e aos discentes pela oportunidade de conectar com as histórias e palavras desses jovens escritores, cujas vozes brilhantes ecoam em prol da inclusão e da conscientização sobre a importância da saúde mental.

#SemanaDeInclusão #SetembroAmarelo #CriaçãoLiterária #Autopublicação #Inclusão #SaúdeMental

"Encontra-te"

Como te olhas no espelho
Depois de tudo isso?
Depois de tanto tempo!
Não era para sentir - se mal? 

O que fizestes é algo sem volta
Mas por algum jeito, o que fez não deu certo
E dou graças por não teres conseguido!
Por ainda estar aqui, me iluminando com tua presença. 

Tu desististe de muitas coisas,
Até de ti!
Mas não cometa este mesmo erro
Que crueldade cometeu contra tua alma! 

Uma crueldade que pode ser desfeita
E tu sabes como?
Apenas viva!
Ame cada pedacinho teu! 

Cada pedacinho que transborda vida,
Transborda luz!
Ame aquilo que nem as pessoas mais próximas vem em ti. 

Porque tu és especial!
Ainda te olhas no espelho!

Autora: Emily Abreu

 

"Catarata"

Carissímos, devido a descrições errôneas, muitos são levados a crer impetuosamente que a valorização da vida só pode ser obtida através de uma visão totalmente otimista sobre a mesma, tanto que dizem que ambas podem até serem vistas como sinônimos. Na realidade todavia, quanto mais analisa-se estas duas coisas, mais é notável o quão independentes são uma da outra, tanto que se aproximam até mesmo de serem antônimos. Assim como a visão não é capaz de escolher somente ver o que quer, nosso cérebro também não consegue negar a palpável existência de frequentes obstáculos e o que resta é, cedo ou tarde, aprender a superá-los.

Por essa razão, se houvesse uma definição do que é a vida, definitivamente não seria “mar de rosas”, uma vez que esta é uma tentativa de pleonasmo que se esquece da presença dos espinhos. Quanto ao mar, pode-se dizer que de fato ela se assemelha, visto que em alguns momentos é acompanhada de um céu limpo com algumas flores flutuando em sua superfície e em outros, o céu se fecha e uma cruel tempestade parece desejar engolir tudo em sua imensidão azul. Ninguém pode culpar o mar por essa multiplicidade, assim como não pode-se culpar a vida por ter o mesmo comportamento rebelde, de nos levar de lágrimas a risos na mesma velocidade e vice versa.

Com isso em mente, a vida é uma obra de arte composta tanto de de cores quentes quanto frias, e há diversas fusões entre todas elas, sentimentos excêntricos que somente um substantivo ou adjetivo não conseguiria descrever com certeza o que estamos sentindo, como a nostalgia. O ponto é que, a emoção não está nas cores e sim em como estas chegam nos olhos de quem as vê, por este motivo, há quem possa sentir o peito encher-se de harmonia ao ver o amarelo, há quem sorrirá ao encontrar um perfeito tom de azul e há até mesmo quem se sente acolhido por tons de cinza e sua simples ausência de cores. Ter uma visão capaz de visualizar todas estas mínimas pinceladas tem seus preços, porém a questão nunca foi essa, a questão sempre foi: como podemos pagar pagá-los?

Autor: Rodrigo Santos

"Sem título"

Ao fitar o espelho despretensiosamente via-se um reflexo fragmentado, de olhar triste e cansado que, ao acessar a composição ocular, era possível constar, tal qual o espelho, o esfacelamento daquela alma, a qual estava desintegrada em tantas partes que a si não mais pertencia. Sua instabilidade a tornava efêmera e incompatível com a vida, pois uma alma esfacelada aos poucos esvai-se e  desintegra-se da existência, pois essa apenas suporta sustentar essências totais de cada ser. Parecia o caso de uma enfermidade incurável, típico caso em que os médicos desesperançosos já antecipam o atestado de óbito... 

Quebrar a alma é algo antinatural e assombroso, pois é como voltar-se contra o instinto mais natural de todo ser vivente, o de lutar para sobreviver, mas esse processo se dá aos poucos... dá-se nas diárias renúncias do eu em prol da felicidade alheia e dá-se na crueldade de outrem que, ao desfigurar pesadas foices de crueldade, assumem o papel da morbidez e aos poucos fazem a vida esfalecer contra as próprias regências da natureza, porque não é a matéria que ferem, mas sim a alma. 

Muitas delas realmente se foram, tão machucadas e incompreendidas que seus tantos estilhaços imperceptivelmente anexam-se a corações que eternamente sentirão a dor de perder uma alma esfacelada. 

Cultivo a esperança que essa alma possa ser agraciada com o milagre da vida, que se aproveite dos seus estilhaços e faça uma bela porcelana fragmentada e adornada em ouro, em que não a torna frágil, mas sim singular. 

Meus sinceros cumprimentos, vocês provavelmente conhecem-me pelo nome de "morte" e garanto-vos que baseio-me na justiça; uma das maiores dores que posso sentir é a de recolher almas que ainda possuem pendências com a vida, pois esse laço encerrado a força é como um tendão sem anestésico que traz a nós infindável sofrimento. 

Se você, caro leitor, é uma alma esfacelada, gostaria de dar-lhe um recado: sei que viver tem sido desgostoso, mas prometo que essa mesma obra que te castiga pode lhe curar. O processo da cura é árduo, difícil e doloroso. É um processo delicado, mas possível. A vida se constituiu nas diversas leis que regem a física, nas ligações de cada átomo, nas obras do acaso e na conspiração solar; tenho-a como minha melhor amiga, e peço que dela desfrute o máximo que conseguir, pois prometo que enquanto ela se fizer presente, jamais vos atormentarei. Deleite-se na beleza do momento presente e na grandeza cósmica do universo. Existem nesse mundo almas dispostas a acolher esses seres feridos... foram isso que me disseram as preces desses que vivem com a dor e os cacos das almas esfaceladas.

Autor: Isaac Vidal

 

"Ruído Branco"

Vadiava por caminhos escuros 

Mente turva e nublada 

Cabeça cheia, pensamentos vazios que

desperdiçam horas de corações perdidos

 

Sentimentos podem ser inconstantes

se fazer ausente é mais fácil 

O que te faz querer adormecer nessa existência? 

O que te torna tão escasso?

 

No conceito de vida, brevidade se faz presente. 

O futuro é um segundo após o agora,

e o agora é a única tenacidade evidente. 

 

Que somente vossa efêmera materia seja lei imutável.

Nós, animais condenados a consciência (ou não) devemos aceitar:

Somente o fim da sentido ao começo, desfrute essa viagem enquanto ainda é capaz de respirar.

Autora: Emily Muniz

 

"Sem título"

Pego uma faca para encravar em meu pescoço mas espero e ouço.., choros.. choros da minha mãe chorando e gritando a minha morte em corte.

Ouço os meus irmãos fazendo uma oração pedindo a Deus o meu perdão.. pedindo a Deus a minha reencarnação.

Ouço meu cachorro latir e pedir pelo seu carinho.. pelo seu ossinho, escuto meus amigos não mais rindo mas sim pedindo para ouvir mais uma risada bem afiada minha.

Ouço até quem um dia eu fui a amar.. no meu enterro a mim a se declarar pedindo por desculpas.. pedindo tarde demais...

Ouvi tanto que fiquei ensurdecido senti tanto que fiquei enlouquecido.. mas no fim eu não queria mais morrer não queria fazer todos aqueles que eu amo sofrer..;

Então acordei e logo me lembrei que desacordei pois me chapei aos remédios, e sinceramente fico feliz por não ter aquele final infeliz e poder ver, ouvir e sentir todos aqueles que eu amo ao redor.

Como fui egoísta e pessimista de pensar que ninguém vem a me amar??.

Me desculpe vida.. por se sentir traída.. por não te valorizar.. por não te amar.. por não me amar.. por não nos amar. Sendo setembro ou não."

Autor: Symon Peixoto

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