Campus São João trabalha na inclusão de alunos com necessidades educacionais específicas
O sorriso é a marca registrada do jovem Kauê Donizete da Silva Leandro, 18 anos, nascido em Mogi Guaçu e há nove em São João da Boa Vista. Estudante do 2º ano do Técnico Integrado em Eletrônica, no Instituto Federal de São João, Kauê tem paralisia cerebral devido a uma complicação de parto prematuro. Sempre feliz, conta que é o mais velho da casa. “Tenho uma irmã de 14 anos que estuda no SESI e outro irmão de 7. Era pra que eu tivesse mais um irmão, gêmeo, mas, devido a complicação do parto, ele infelizmente faleceu”. Filho de pai pedreiro e de uma dona de casa, tem o sonho de terminar os estudos técnicos e ingressar em uma faculdade. “O Instituto Federal é uma escola muito boa. Nos prepara para o vestibular. Tem psicóloga, atendimento social… Meus pais acham muito bom eu estar aqui. No futuro, quero trabalhar e fazer faculdade de Engenharia de Controle e Automação ou Ciências da Computação”, explica.
No dia a dia, conta com o apoio da monitora de inclusão Márcia Faria. Onde está Kauê, lá está sua fiel escudeira. “Cuido do suporte externo às salas de aula, ajudando-o na locomoção e deslocamentos pelo campus… auxilio na hora dos lanches e almoço e onde ele precisar”. Márcia é colaboradora terceirizada contratada pelo IF. Mas, sua ligação com o aluno vem de longa data. “Eu já trabalhava com ele na Escola Estadual Izaura Teixeira Vasconcelos, no bairro Lucas Teixeira, e tive a oportunidade de continuar aqui no instituto. Para mim, é uma alegria vê-lo se desenvolver, estudar e estar totalmente integrado à escola e aos outros colegas”.
E amizade é o que não falta a Kauê. Conversador e participativo, diz gostar muito de português e das disciplinas de eletrônica aplicada e circuitos elétricos. “Faço amizade fácil e tenho vários amigos. Conheci aqui graças a um ex-professor, no nono ano do fundamental. Ele me falou sobre uma escola gratuita, federal, que tinha o ensino muito bom e aqui estou”.
Segundo a monitora, outro diferencial importante é o papel dos professores durante as aulas e nas monitorias. “Eles são atenciosos, preocupados com a aprendizagem e procuram adaptar o ensino, as provas e os exercícios à realidade dele”.
Napne
Kauê é um exemplo de inclusão. Para enfrentar tais desafios e promover uma educação de qualidade que atenda a todos os alunos, o campus conta com o NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas). O Núcleo, criado pelo MEC, tem o objetivo de constituir Centros de Referência que garantam o acesso, a permanência e saída, com sucesso, destes alunos em instituições de educação profissional e tecnológica.
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